Da loucura à sabedoria

Uma vez, ainda adolescente, li uma qualquer frase daquelas todas filosóficas, muito próprias dessa idade, que dizia qualquer coisa como isto:

"Todo o ser humano é louco, pelo menos 5 minutos por dia. A sabedoria consiste em não exceder esse tempo."

Não sei se era literalmente isto, nem tão pouco quem foi o autor.
Na altura achei (como achava de todas aquelas frases-cliché) que sim senhora, era uma grande verdade! São ensinamentos de vida e toda a gente devia encher-se desta mini-literatura, acessível a todos, facílima de encontrar em capas de cadernos da escola.

Não levei isto ao literal, talvez porque uma vez uma das pessoas mais inteligentes que conheço me respondeu o seguinte, quando eu lhe disse a dita frase "Estava lixada... a minha loucura diária dura bem mais de 5 minutos!"

Nos últimos anos, encarei mais esta frase relacionando-a com "Pronto, deram-lhe os 5 minutos!".

Isto tudo porquê?
Cada vez vou conhecendo mais blogs. Sim, eu sei que quase ninguém conhece o meu e lido muito bem com isso, porque mais uma vez (de tantas que são ditas) o blog é pra mim, é meu, ninguém tem de saber dele e se alguém algum dia vier destilar ódio aqui pró estaminé, sinceramente, tenho de ler e aceitar, porque apartir do momento em que escrevo na blogosfera, toda a gente cá pode vir ter. Se não quiser assistência, ainda há diários e blocos e canetas à venda, por isso escrevo em casa, em papel, como nos bons velhos tempos.

Então, hoje, mais uma vez, vi um blog em que o autor tem severos problemas mentais.
Leva à risca o termo "Só estou bem onde não estou", tem surtos de burrice crónica, é falso moralista é... pah, não sei mesmo o que de bom eventualmente sai dali.
Não vou criticar pro dito blog as coisas lá escritas, não vou fazer comentários odiosos e anónimos como muito boa gente por aí faz. Mas da última vez que vi, este blog é meu e aqui sou livre de dar as minhas opiniões e falar do que bem me apetecer.

O que leva as pessoas a falarem das relações que têm com os namorados, como sendo fantásticas, fora de série, e nas entrelinhas irem dando a entender que já os encornaram forte e feio?!
O que leva as pessoas a afirmarem ser excelentes profissionais, mas dizerem abertamente que odeiam o trabalho que têm?!
O que leva as pessoas a falarem de como é bom mudar de terras e afastar-se de casa (dos pais, pra ser rebelde) mas é lá que vão passar meses de férias para que as sustentem quando não têm emprego?!
O que leva as pessoas a quererem a toda a força mostrarem-se pessoas que não são?!
O que leva as pessoas a manterem relações pessoais com outras, se nas alturas certas não estão juntas?!

Eu não sou um exemplo, mas quando falo, falo mesmo contra mim.
Se calhar sou louca mais de 5 minutos por dia. Mas há uma coisa que ninguém me pode tirar. É que sei que sou inteligente durante muito mais tempo! Nem que seja a dormir :)

Em contagem descrescente... 5

Para ir repousar uma semaninha aqui...

DP

E como não podia deixar de ser (e porque já estavam a tardar), há dias mesmo depressivos. Daqueles tipo "Porque só estou bem aonde não estou, porque só quero ir aonde não vou".

O marido de férias forçadas em casa.
Os pais e a avó na aldeia.
O irmão em Paredes de Coura.
Eu fechada na empresa a "trabalhar". E escrevo entre aspas, porque é Agosto, porque se faz pouco e porque o tempo não está de Verão, porque estou a ressacar sol como uma junky e porque sim!

E hoje deram-me uma notícia que me quebrou o coração em pedacinhos. Mas enfim, foi mais uma facadinha, nada de novo, a vida segue em frente.

Agosto

Dada a falta de inspiração para a escrita verificada na última semana, venho aqui hoje, apenas para desejar a todos os que na próxima 3ª feira voltem ao trabalho, um excelente fim de semana.
A todos os outros... bom, que tenham um excelente ataque de cólicas durante as vossas férias (desculpa amor, para ti não...) que vos faça passar as ditas férias enfiados num qualquer wc sem ver um raio do sol.

É tudo.
Despeço-me com amizade :)

E entretanto é 6ª feira...

... e eu quero um fim de semana deeeeeeeeeeeeeeeeeste tamanho!

Resumo profissional da semana

Meu Deus
Dá-me paciência para aturar alguns colegas de trabalho
Porque se me deres força...
Parto-lhes as trombas!


Há gentinha com um poder imenso de nos tirar do sério. E se há coisas que me tiram do sério no local de trabalho, são injustiças e faltas de profissionalismo.
Há quem diga que as pessoas que já têm muitos anos de trabalho são acomodadas, não se interessam em aprender coisas novas, em fazer as coisas rapidamente, em mostrar trabalho, porque a antiguidade é um posto. E isto irrita-me. E irrita-me ainda mais saber que nem todos são assim e que de facto há muita gente, velhos e novos, a fazer um esforço muitas vezes sobrehumano para ter o trabalho feito, o seu e o dos outros.

Por outro lado, também não suporto os meninos acabadinhos de sair da faculdade, com conhecimento NULO, com experiência profissional NULA e que querem a papinha toda feita. E que amuam quando não a têm, que são incapazes de se esforçar um bocadinho mais.

Não tenho paciência pra isso... não fui a melhor aluna na faculdade, fui, na opinião de muitos uma baldas, mas compensava sempre o que não sabia com tempo. Podia estar num trabalho de grupo e não dar uma prá caixa, mas não arredava pé dali.
E nos empregos que tive até hoje sempre fiz o mesmo!
Compenso o que não sei, o que não compreendo, o que não consigo resolver sozinha com o tempo, com a minha presença, com diálogo, com aprendizagem. Ninguém pode dizer "Ela ignorou totalmente isto e nem quer saber". E é um conselho que já dei a várias pessoas. Porque há coisas que se podem controlar e a simpatia, o esforço e um bom ambiente de equipa são exemplos disso.
Já me tinham dito que ia ter muitos sapos vivos para engolir na minha vida profissional, se calhar está na hora de aprender a fazê-lo. Até esse dia, cá vou andando... a chegar a casa exausta, triste, revoltada, mas preserverante! E acredito piamente que as boas coisas acontecem às boas pessoas. E eu estou aqui pra ficar e se isso significa que tenho de lidar com as pessoas de forma cínica (como elas), então assim será!